04/10/17 Entre a sarça e faraó



E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe.
E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.
E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima.
E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.
Êxodo 3:1-4



Amados irmãos,

Moisés estava pastoreando as ovelhas pensando se tratar de mais um dia laboral, mas aquele não foi um dia comum no qual Moisés estava acostumado, o Deus dos seus antepassados lhe apareceu por meio da sarça ardente, e falaria a respeito de um chamado...

Era hora de voltar ao Egito, não mais como príncipe daquela nação, mas como libertador de Israel, ele seria o instrumento de Deus para tirar o povo da opressão do Egito (Ver êxodo 3).

No primeiro momento, Moisés relutou contra aquele chamado. Imagine só, Deus estava o enviando para uma nação no qual ele foi pertencente à família real, onde ele ocupava um lugar a mesa como príncipe, e agora ele indo como desertor e contrário ao sistema escravista dos egípcios e livrar Israel da casa da servidão.

Percebemos ao longo da bíblia desde o chamado de Moisés na sarça ardente até a segunda saída do Egito, o quanto Moisés amadureceu em todas as situações que ele viveu.

No momento da sarça era como um menino assustado, suplicando ao Senhor que enviasse outro em seu lugar, se julgando incapaz de cumprir tal tarefa. Não sabia como se apresentar, nem como falar, mas o Senhor em todas as coisas lhe deu condições de cumprir com a ordem recebida, e todos os argumentos de Moisés para não cumprir o seu chamado, foram descartados pelo Senhor.

Logo quando se apresentou a Faraó, as coisas tornaram piores para Israel, o rei do Egito aumentou suas cargas, e trouxe frustração ao povo de Israel, afinal aquele que era para libertar o povo estava causando mais sofrimento, e no dizer deles “Moisés estava os tornando odiosos aos olhos de faraó e de todo o Egito” (Êxodo 5:21). De início a presença de Moisés estava criando contendas e divisão, o povo se queixa com faraó, e depois com Moisés e Arão.

E mais uma vez diante da reclamação do povo, Moisés vai despejar suas lamúrias daquele chamado, ao Senhor. Por que Deus o enviara se as coisas tinham piorado na vida do povo, afinal ele veio libertar ou fazer perecer ainda mais a Israel? (Suponho os conflitos internos que ele talvez tenha passado).

Percebemos até então, a insegurança e a fraqueza de Moisés, nem de perto percebe-se nele aquele homem no qual mais tarde nutria tamanha intimidade e cumplicidade com Deus.

Conosco também não é diferente, saímos da sarça onde está a presença do Deus de Jacó, e encontramos tantos desafios que começamos a duvidar do que vimos e ouvimos, tudo parece pior do que antes.

Na sarça é o momento de receber Sua direção e Sua palavra, saindo de lá encontramos as lutas e o momento exato de por em prática o que dEle ouvimos.

Também aquele chamado feito a Moisés veio acompanhando de grandes sinais do Senhor, como a vara que transformou em serpente e a mão que era limpa se tornar leprosa, e depois ambas voltarem ao seu estado original, não era sinal de que as coisas seriam fácies, apenas Deus estava mostrando que tudo era possível. Mais tarde Moisés entenderia que no complicar das coisas é onde justamente Sua gloria é revelada.

A glória de Deus é manifestada na sarça, a glória de Deus é manifestada em faraó.

Deus quer te encontrar e te tirar da zona de conforto e quer te levar além, para isso precisamos ser disponíveis para Deus como Moisés foi, percebe-se nas atitudes dele que ele teve medo, ele se sentiu pequeno, mas ele era disponível para Deus.

Um exemplo disse foi quando ele passou 40 dias em cima no Monte Sinai longe de todos, apenas ele e o Senhor.

Durante 40 dias ele esteve em cima do monte ouvindo e depois escreveu e transmitiu as palavras do Senhor a todo o povo, a cerca de toda a lei, das festas religiosas, como julgar as questões sociais, também lhe foi orientado à questão da construção do templo, os utensílios do tabernáculo, bem como os escolhidos do Senhor para exercer o sacerdócio, e entre outros.

Deus tem uma longa conversa com Moisés, em riqueza de detalhes Ele dá todas as orientações que Moisés iria precisar, e ele não estava preocupado com o tempo que estava passando ali, ele passaria o tempo que fosse preciso.

Queremos entrar na intimidade do Senhor, mas não queremos fazer o que for preciso para conseguir uma comunhão mais profunda, não estamos disposto abrir mão do nosso tempo para aprender a palavra dEle, não estamos disposto a deixar morrer o “eu” estamos acostumados (e mau acostumado) a agir conforme o nosso querer.

Moisés abriu mão de quem ele era para que Deus pudesse trabalhar com liberdade, não apenas o “eu” interior que ele deixou a disposição de Deus, mas ele deixou para trás a vida pacata de pai de família, seu oficio de pastorear e toda a vida que ele construiu na terra de Midiã.

Diversas vezes foi confrontado e quebrado para viver a missão que o Senhor lhe confiou.

Moisés quando saiu e retornou ao Egito era um, mas quando saiu do Egito pela segunda vez era outro homem, já não era fácil de encontrar vestígios do velho homem amedrontado e tímido que foi um dia.

Entre a sarça, faraó e deserto, Moisés foi perseguido, foi duramente criticado e provado de várias maneiras, as críticas o acompanhou durante todo o seu trajeto no deserto, nos longos dos 40 anos que se passaram.

Para nós, um dia no deserto parece ser tão penoso, queremos correr imediatamente para Canaã, e às vezes nem reparamos no maná diário, e em todas as providências divina que Ele toma para nos conduzir em segurança e para que não nos falte o necessário.

Não sei o momento, nem o que você tem vivido até aqui, suas frustrações, o tamanho do seu medo ou do seu desespero, também desconheço quais são os propósitos de Deus em sua vida, mas eu sei que Deus não criou nem um ser vivente em vão. Deus tem propósito para a Sua criação, Ele já lhe resgatou do opressor há mais de 2000 anos, na cruz do calvário e nos concedeu direito de viver uma vida plena, se estivermos disposto a ouvir a Sua voz e a obedecer a Suas palavras.

Jesus não morreu para uma única pessoa ou nação específica, mas para todo aquele que nEle crer, Ele oferece vida eterna (João 3:16).

Mas precisamos saber que temos que fazer morrer a velha criatura. Ele tem coisas novas e quer nos vestir de vestes limpas, e não há como emendar roupas novas em panos envelhecidos (Mateus 9:16), temos que nos submeter ao processo de Deus, como Moisés que permitiu que o Senhor o moldasse ao Seu querer.

E ele pôde experimentar fortes experiências, nunca mais ele voltaria a ser o mesmo. Não era mais um homem assustado e inseguro, agora era o libertador, lider, juiz e profeta. Era o porta voz de Deus para Israel.

O povo que morreu no deserto, não estava disponível para Deus, por qualquer motivo murmuravam, na primeira oportunidade criaram para si um outro “deus”, não tinham fidelidade, as experiências de 10 pragas, abertura do mar e as coisas magníficas que o Senhor fez no deserto, não marcaram suas vidas, a zona de conforto estavam impregnada, foram muitas advertências e muita intervenção de Moisés para que Deus não os derruíssem, mas não foram o suficientes para mudarem, não estavam dispostos a morrerem para si, por isso engolidos vivos pela terra juntamente com toda a sua rebeldia.

Deus não espera encontrar fortaleza em você, nem que você seja dotado de sabedoria, coragem e habilidade, muito menos que você se declare autossuficiente, Ele quer seu coração aberto para que Ele possa explorar o que você trás dentro dele e que Ele tenha liberdade de trabalhar e transformar a sua vida por completo e você verá que entre sarça e faraó você viveu experiências profundas, e que em cada dificuldade Ele estava por perto te capacitando para a batalha e em todas as coisas te fez triunfar.

Não se sinta menosprezado ou castigado pelo Senhor, se Deus está te permitindo passar um período no deserto é porque Ele está investindo alto em você, por você ser útil para Ele. Ele está fazendo de você o adorador, o profeta e o servo fiel que Ele te chamou a ser, pois você foi criado para o louvor da Sua glória. 

Não abra mão daquilo que Deus tem pra sua vida.

Pense nisso!

Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;
Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.
2 Coríntios 4:17,18



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